Números abortados - Marlon Derosa

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Há décadas, vem sendo denunciado o uso de superestimativas H de abortos clandestinos como forma de se criar narrativas de redução com a legalização do aborto. Contudo, faltava um trabalho mais completo que demonstrasse o porquê que as estimativas de aborto clandestinos estão superestimadas no Brasil e no mundo. São feitas estimativas em todo o mundo e estas estimativas compõem o panorama mundial de abortos em publicações científicas.

No Uruguai, antes da legalização, estimava-se 33 mil abortos clandestinos/ano. Com o aborto legalizado, no 1º ano ocorreram 7,1 mil procedimentos. Na Cidade do México, o mesmo método estimava mais de 130 mil abortos/ano; com a legalização, ocorreram 16,9 mil procedimentos no 1º ano de aborto legal. Na Argentina, em 2019 e 2020, militantes usavam a estimativa de 446 mil abortos clandestinos/ano como argumento para liberação do aborto. Em 2021, com 11 meses de aborto legalizado, e com 1.243 centros de saúde e hospitais fornecendo o serviço, registrou-se 32,7 mil abortos legais em 11 meses.

O curioso é que eu já havia aplicado correções no método de estimativa, tornando-o mais coerente, onde eu havia calculado que na Argentina deveria ocorrer cerca de 35 mil abortos clandestinos/ano. Muitos diriam, naquele momento, que esta estimativa seria subestimada, já que contrariava publicações científicas bem referenciadas, usadas até pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A história comprovou que havia uma superestimativa nos estudos internacionais e que as correções que propus estavam mais próximas da realidade.

Este livro demonstra como a Metodologia AGI (método AICM) vem superestimando abortos clandestinos no Brasil e no exterior, afetando inúmeras pesquisas científicas.

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